sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A história da minha vida

Eu, há um par de anos, também era como ele. Não queria gentalha a trabalhar comigo. Não queria macular o meu espaço vital com bafo de gente ordinária, ignorante, provinciana, intolerante, afectada, mole, comuna, com pins guevaristas espetados nos trapos com que adornavam a corcunda figura. Bah, gente pegando em faca perto da serrilha. Gente que não levanta o braço para levar o copo à boca. Gente que mexe no cabelo à mesa. Gente que chama empregado com um psst. Gente que diz mal de padres. Gente que não dá atenção aos filhos. Gente promíscua. Gente que nunca faz a cama. Gente estúpida. Gente que diz "boas famílias". Gente que gosta do "mamma mia". Gente que engata por engatar. Gente que diz asneiras. Gente que vai para a praia ao meio-dia, arrastando filhos pequenos vermelhos de tanto calor. Longe. Hoje sou eremita.

Kitty Fane, estou lhe vendo


E depois há a outra. Que também é madame e que não se mete, ai Jesus nem pensar!, com os tontos aqui do Caras de Cu. Bem, não se mete enquanto eles bombam. Deixando de bombar, e aproveitando a brecha, ela (e outras, como a Srª D. Drª Luna) decidem escalpelizar o fenómeno em que se tornou este humilde blogue. Pensam que andamos a dormir. Não senhora!

Luna, Luneta, haverá blogger mais porreta?

Ela, no fundo, adora-nos. Basta um sinalzito, um só bem pequenininho, para se lhe eriçarem os cabelos da nuca e aqui vai porrada. Desculpem, porrada não é a palavra adequada que ela é uma Lady, rodopia as melhores sedas nos mais nobres salões da Europa, banha-se em leite pasteurizado de cabra e limpa o rabo com cetim. Luna, madame, nós nunca nos esquecemos de si. A senhora é que, por vezes, se esquece de mandar material. De qualidade. Esforce-se, cara senhora. Longe de nós afastar o olhar do colorido estonteante das suas saias. Beijinhos.